Cidade da Participação Associação Cívica
NOTÍCIAS
Turismo à Lupa
Nesta segunda Tertúlia sob o tema “Algarve - Turismo à lupa” começou por ser debatida por um painel de quatro convidados especiais:
- Ana Carla Cabrita, guia de Natureza há 14 anos, com várias experiências em Ecoturismo e em ativismo ambiental;
- André Gomes, atual presidente do Turismo do Algarve;
- Mirco Balicevic, diretor do Hotel Júpiter de Albufeira; e
- Patrícia Batista, historiadora e doutoranda em história e filosofia da ciência no IHC da Universidade de Évora IN2PAST.
Esta tertúlia pretendeu contribuir com várias perspetivas, da experiência cidadã e associativa, ao conhecimento da academia e actuação da administração regional. Do início histórico na Praia da Rocha ao futuro de sustentabilidade no turismo responsável e ecoturismo como movimento europeu certificado.
“Algarve- Turismo à lupa” conta com o patrocínio da Conserveira do Arade, que além da sua actividade tem também uma oferta local personalizada para turismo e proporcionará aos presentes uma pequena degustação das Conservas Saboreal.
A organização deste evento é da responsabilidade da Associação Cívica Cidade da Participação em parceria com o Clube União Portimonense e teve entrada gratuita."
"Foi Bonita a Festa, Pá!"
Obrigado ao Clube União Portimonense, à Radio Alvor e aos Convidados espetaculares
que acederam ao desafio e vieram dar o seu contributo.
Acima de tudo obrigado aos Cidadãos maravilhosos que vieram dar um pouco de si pelo bem coletivo.
Juntos somos mais!
NOTA DE IMPRENSA
DECISÃO DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO DO SUL
No passado dia 03 de Fevereiro de 2022 o Tribunal Central Administrativo do Sul reverteu a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé (TAF de Loulé), decisão essa que suspendia a execução do alvará que permitia à empresa Edifícios Atlântico iniciar o loteamento na zona das Alagoas Brancas.
Ao mesmo tempo que suspendia o alvará, o Tribunal Administrativo de Loulé impunha à Câmara Municipal de Lagoa o envio à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Alg) para efeitos de verificação sobre se haveria lugar a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), de um estudo feito pela Associação Almargem que demonstra inequivocamente o valor ambiental e ecológico das Alagoas Brancas.
Recorde-se que a CCDR Alg, na sequência da análise que fez do estudo da Almargem (re)considerou a sua posição inicial sobre o local, considerou a posição do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e deu parecer favorável a uma avaliação de impacte ambiental.
Recorde-se um excerto da posição emitida pelo INCF:
“(…) A área em questão, alvo de um PROJETO VALORIZAÇÃO DAS ZONAS HÚMIDAS DO ALGARVE -ALAGOAS BRANCAS, foi analisada por especialistas do ICNF, e não foi considerada suficientemente relevante, em termos de área, para que se justificasse uma classificação como área de Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC), conforme já transmitido através do nosso ofício nº. 64327/2017 de 28 de dezembro ao município de Lagoa. No entanto foi referido que, em resultado do projeto executado pela Almargem com vários parceiros, poderia a mesma ser classificada como área protegida de âmbito regional ou local, cabendo à Câmara Municipal ponderar e decidir sobre essa matéria. Em relação à solicitação que nos é dirigida, à presente data, e apesar do loteamento se encontrar inserido numa área urbana destinada à realização da operação urbanística em questão, constata-se, no entanto, a existência de biodiversidade no local, que ficará prejudicada com a execução do projeto, podendo ocorrer impactes significativos no ambiente. Assim, considera-se que se justificará em nosso entender a sujeição do projeto a procedimento de AIA.”
Contrariamente ao que foi decidido pelo TAF de Loulé, e à posição por parte do ICNF, favorável a um processo de AIA nas Alagoas Brancas, e contrariamente àquilo que é, neste momento, a posição da autoridade de AIA neste caso, a CCDR Algarve, o Tribunal Central Administrativo do Sul considerou que o estudo da Almargem não tem o valor que lhe pretendem dar. Diz o Tribunal que “ Tendo o originário licenciamento obedecido às regras aplicáveis, e não sendo imputável ao mesmo qualquer nulidade, suscetível de comprometer o decidido, não se mostra aceitável que seja acriticamente posto em causa por um parecer ulterior, cuja legitimidade e competência de quem o realizou, não pôde ser irrefutavelmente atestada.” .
Considerou ainda o Tribunal que, pelo facto de estarem aprovados e publicados, não se pode questionar a validade, nem do PDM de Lagoa e nem do Plano de Urbanização da cidade de Lagoa, ainda que se possa considerar que este viole o regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional.
Finalmente considera o Tribunal Central Administrativo do Sul que o TAF de Loulé foi conclusivo quando refere que caso os trabalhos do loteamento comecem, a avifauna e a flora «necessariamente desaparecerão».
Para este Tribunal esta evidência só o é depois de devidamente medida. Diz aquele Tribunal que esta conclusão deve assentar em factos concretos e mensurados.
Contudo, é difícil entender como é que máquinas a operar naqueles terrenos, a terraplanar, a abrir roços, a construir fundações, a impermeabilizar, etc…etc… não implique obrigatoriamente a destruição de que a fauna e a flora local.
Este grupo, que desde 2017, tem vindo a pugnar e a atuar pela defesa das Alagoas Brancas não está satisfeito com esta decisão que considera injusta. Mas poderia estar convencido. Aliás, as decisões dos tribunais, servem também para convencer os seus destinatários e a comunidade em geral de que a decisão adotada é a mais correta.
Contudo, depois de analisada a decisão não ficamos convencidos muito menos conformados.
Neste momento estão a ser ponderados um conjunto de cenários. No entanto, enquanto essa ponderação é feita, é necessária tornar pública esta informação relevante a todos os que seguem este grupo e a todos aqueles que, continuadamente e de forma muito generosa, têm contribuído financeiramente.
Grupo de Defesa das Alagoas Brancas
Cidade da Participação Associação Cívica
Almargem - Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve
NOTA DE PESAR
É com imensa tristeza e consternação que a Associação Cívica Cidade da Participação emite esta nota de pesar, pelo falecimento do seu presidente da Assembleia ARMINDO DE JESUS PEREIRA DOS SANTOS.
O Sr. Armindo Santos era um guerreiro da cidadania. Figura presente em praticamente todas as Assembleias Municipais, nunca se coibiu de dar a sua opinião, sem medo e sempre com respeito e eruditismo na linguagem escrita e falada. Salientou-se, sempre, pelo seu discurso elaborado e poético, e pelo seu cavalheirismo e delicadeza.
Homem do mundo, empreendedor, amigo do seu amigo, com uma mente abrangente e visionária. Na companhia dos seus livros deliciava-se com cada ideia ou palavra que lhe permitisse ir mais longe no mundo das ideias.
O mundo em geral, e Portimão em particular, ficará mais pobre sem a voz e o espírito acutilante do «maior cidadão de Portimão», como era conhecido na nossa Associação.
Sobre a procura do sentido da formação do “humilde viajante” que cada um de nós é, escreveu o Filósofo da Educação António Valleriani. «É um horizonte solidário de finitude e compaixão, bem evocado pelas palavras de Salvatore Natoli: “Somos estrangeiros na terra. O objetivo não é importante, mas sim estar na estrada. Devemos caminhar juntos. Também é preciso saber parar: apoiar-se. Para todos, na verdade, a noite cai» (Vallerini, 2009, 2Al di là Dell’occidente”, p. 145)
Sei que muitos de nós caminharam lado a lado com o Sr. Armindo Santos. Seguirá connosco em nossos corações e espírito, até que a noite caia para cada um de nós.
Portimão, 28 de julho de 2021
ASSOCIAÇÃO CIDADE DA PARTICIPAÇÃO E ALMARGEM AVANÇAM COM PROVIDÊNCIA CAUTELAR PARA TRAVAR OBRAS NAS ALAGOAS DE LAGOA